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Lançamento da primeira tradução publicada de um clássico da etnologia sulamericanista

Será lançada no dia 8 de novembro, pela Editora Hedra (São Paulo), a primeira tradução publicada de um clássico da etnologia sulamericanista.
Petschelies, Erik & Schröder, Peter (eds.). 2021. Max Schmidt: Os Aruaques. Tradução: Erik Petschelies (Coleção Mundo Indígena) São Paulo: Hedra.
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Max Schmidt (1874-1950) dedicou sua vida de estudos aos povos indígenas sul-americanos. Apesar de sua grande contribuição ao estudo das culturas e história desses povos, sua obra ainda é pouco conhecida no Brasil. É ele o autor do clássico Os Aruaques, publicado originalmente em 1917, livro que até hoje ocupa o lugar de um dos mais originais e importantes estudos da etnologia sul-americanista.
A obra levanta questões específicas sobre a expansão dos povos falantes de línguas aruaque nas terras baixas da América do Sul, tais como seus motivos, meios e caráter. Schmidt indica que essa expansão teria acontecido menos em termos populacionais, no sentido de grupos inteiros se deslocarem para novos territórios, mas sobretudo de predominância social e cultural.
Denominador comum das diversas culturas aruaques, o cultivo de milho e de mandioca revela-se peça fundamental no seu processo de complexificação, dadas as relações entre agricultura, economia e as expansões territoriais e culturais promovidas por estes povos. Fornecendo recursos para a satisfação de necessidades próprias e de outros povos, os Aruaques também teriam construído relações de dependência econômica com outros povos.
Escrito no início do século passado, durante o período da Primeira Guerra Mundial, Os Aruaques foi produzido originalmente como tese de doutorado de Schmidt e as ideias aí apresentadas marcam o conhecimento sobre estes e outros povos desde então.
Schmidt realizou três expedições no Brasil Central e no Paraguai (1900, 1910, 1926-28) e é considerado um dos personagens mais importantes da tradição alemã na etnologia americanista no século XX. Schmidt emigrou da Alemanha em 1929, primeiro para o Brasil e depois para o Paraguai, onde ele faleceu perto de Assunção em 1950 em situação de miséria.
A tradução da monografia de Schmidt é acompanhada por uma introdução de Peter Schröder, uma avaliação comparativa da obra de Schmidt no contexto da etnologia alemã, escrita por Michael Kraus (Universität Göttingen), a reimpressão de um obituário de autoria de Herbert Baldus (originalmente publicado em 1951) e um artigo de Paulo de Carvalho Neto (também publicado em 1951) sobre os últimos dias de Schmidt.
O lançamento do livro na UFPE acontecerá num evento promovido pelo grupo de pesquisa HISTAS (Historiografia das Antropologias), vinculado ao PPGA da UFPE. A data ainda será divulgada.
Acesse o site do evento para mais informações.

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