Cosmopolitismos Patrimoniais e
Distopias Reais nas Margens do Atlântico.

O urbano contemporâneo coloca desafios de várias [des]ordens, sendo em si,  uma  das  maiores  questões  enfrentadas. Esta frase inicia o resumo de um artigo escrito em parceria autoral durante o período pré-pandémico  e  publicado em 2020. Naturalmente, muitas das inquietações que a pandemia atual demanda de cada um de nós que a enfrenta, já estavam presentes, em certa medida, nos nossos campos de pesquisa. 

Durante este evento trataremos das implicações atuais de teorias ainda desconhecidas, mas que circulam há já algum tempo e não se tornaram obsoletas. Antes, diríamos que seus prognósticos dificilmente erram.

 

Referimo-nos aos conceitos de Violence by Indirection (Carson, 1964); Structural Violence (Galtung 1971); e como a revisão e adequação destes conceitos contribuem para a compreensão do conceito de Slow Violence cunhado pelo professor de Humanidades e Ambiente da Universidade de Columbia, Rob Nixon no seu livro arrebatador Slow Violence and the Environmentalism of the Poor (2011). Os temas serão abordados em interseccionalidade, trabalhados através de três eixos duais (cidadania/urbanismo; ambiente/pobreza; saúde coletiva/tradição) e serão devidamente abordados ao longo das três sessões a ocorrer nos dias 14, 16 e 18 de junho, pela plataforma digital do LEC/Observamus, PPGA-UFPE.

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PROGRAMAÇÃO

O Papel das Tradições de Resiliência no exercício do Direito à Cidade.

[Cidadania/Urbanismo]

14 de junho 2021 - 9h30 às 11h30

Júlia Carolino

antropologia, Lisboa - Portugal

Júlia Carolino concluiu o seu doutoramento em antropologia social em 2006, na Universidade de Brunel (Reino Unido), com a tese Land as a Manifestation of Care. An anthropological approach to relations with the land in Southern Alentejo. Depois do doutoramento, fez pesquisa no ICAAM (Universidade de Évora), Socius (Universidade de Lisboa) e CIAUD (Universidade de Lisboa), onde desenvolveu diversas colaborações multidisciplinares. Em 2013-2014 coordenou coma arquiteta Joana Pestana Lages (ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa) o projecto “Espaço Relacional e Direito à Cidade”, financiado pela FCT-Fundação para a Ciência e Tecnologia (Portugal). Nos últimos anos desenvolveu colaborações com organizações cidadãs empenhadas na promoção direitos dos migrantes na Área Metropolitana de Lisboa. Com a etnomusicóloga   Ana Flávia Miguel (Universidade de Aveiro) realizou o relatório científico que fundamentou o reconhecimento, em 2013, da festa cabo-verdiana de Kola San Jon como património cultural imaterial em Portugal.

Redy Lima

sociologia, Praia - Cabo Verde

Redy Wilson Lima é formado em Sociologia e doutorando em Estudos Urbanos. É investigador não doutorado do Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Universidade Nova de Lisboa, investigador colaborador do Centro de Estudos sobre África, Ásia e América Latina do ISIEG, membro do CODESRIA e da Associação Portuguesa de Antropologia e professor assistente convidado no Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais. Desenvolve pesquisas etnográficas no contexto cabo-verdiano nos campos da sociologia urbana, sociologia da violência e do crime, sociologia da juventude e movimentos sociais. 

João Bamileke Monteiro

história, Limoeiro - Brasil

João Bamileke Monteiro Possui graduação em Licenciatura em História pela Universidade Católica de Pernambuco (1993), especialista em preservação de acervos. Ativista do movimento social das Religiões Matriz Africana e Indígena – é Omo Sango do Ilê Ase Ogum Maata. Tem experiência na área de pesquisa Histórica, preservação de acervos documentais, atuando principalmente nos seguintes temas: Direitos Humanos, Patrimônio cultural, Cultura Negra, Preservação de acervos e articulação cultural de Matriz Afro-Brasileira e desde junho de 2017 desenvolve atividades na Secretaria de Educação d e Pernambuco na Gerencia Regional de Educação do Vale do Capibaribe em Limoeiro/PE, como Técnico de Direitos Humanos e Educação quilombola, membro fundador do Quilombo Cultural Malunguinho. Atualmente é Membro Fundador e Presidente da Associação Ábàmodá e membro do Parlamento de Estado da Diáspora Africana – SOAD, Coordenador de articulaçãodo do Projeto Memorias do DNA, Quilombos de Pernambuco, desde 2020, Brincante de Maracatu, Rei da Nação de Maracatu Sol Brilhante.

As políticas do patrimônio e o fenômeno sintomático da degradação ambiental

[Ambiente/Pobreza]

16 de junho 2021 - 9h30 às 11h30

Bashir Abubakr Elsharif

Biologia, Fund. Aggeu Magalhães - Pernambuco, Brasil

Entomólogo e ecologista com bacharel em Biologia, especialização e mestrado em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Ciências Matemáticas da Universidade de Cartum, Sudão. Atualmente realiza pesquisa científica na Fiocruz, Pernambuco, Brasil. Há mais de dez anos, trabalha no controle vetorial de doenças. Participa de vários projetos ambientais prestando assistência técnica através do Impacto Ambiental e Avaliação Social (EISA). Bashir é ativista cultural e interessa-se muito pelas tradições sudanesas. Busca entender as relações entre práticas culturais tradicionais e saúde coletiva.

Mike Silvers

Etnomusicologia, Urbana - Illinois, EUA

Michael Silvers é associate professor de musicologia na University of Illinois at Urbana-Champaign onde pesquisa a cultura musical brasileira e crise ambiental. Seus interesses de pesquisa também incluem estudos de som, a história cultural e ambiental das tecnologias musicais e música, gênero e sexualidade. Seu livro Voices of Drought: The Politics of Music and Environment in Northeastern Brazil (University of Illinois Press, 2018) explora temas de justiça ambiental, recursos naturais, canções de protesto e política cultural na produção e experiência da música popular.

Carlos Sandroni

Etnomusicologia e patrimônio, Recife - Pernambuco, Brasil

Carlos Sandroni é professor de etnomusicologia no Departamento de Música da Universidade Federal de Pernambuco, atuando também nos Programas de Pós-Graduação em Música e em Antropologia desta universidade. Coordenou em 2004 a realização do dossiê da candidatura do samba de roda do recôncavo baiano à Proclamação das Obras Primas do Patrimônio Imaterial da Humanidade. Coordena atualmente (2019-2021) a instrução técnica  da solicitação de inscrição das matrizes tradicionais do forró no patrimônio cultural brasileiro. Publicou os livros Mário contra Macunaíma: cultura e política em Mário de Andrade (1988) e Feitiço decente: transformações do samba no Rio de Janeiro, 1917-1933 (2001).

Património Cultural Imaterial em Tempos de Pandemia: estratégias museológicas e pedagógicas

[Saúde Coletiva/Tradição]

18 de junho 2021 - 9h30 às 11h30

Katharina Döring

Etnomusicologia, Recôncavo Baiano - Bahia, Brasil

Mestra em Etnomusicologia, Doutora em Educação (com ênfase em Artes); Profa. adjunta em Artes, Música, Educação (UNEB); Pesquisadora do Samba de Roda desde 2001 (inclusive no Inventário e Dossiê do Samba de Roda do Recôncavo baiano, 2004-2005) com vários projetos e publicações de pesquisa, extensão e produção cultural. Trabalha e pesquisa na interface de Etnomusicologia, Educação Musical, Artes, Estudos culturais e de-coloniais com ênfase nas músicas-danças (das diásporas) africanas; Autora do livro Cantador de Chula – o samba antigo do Recôncavo baiano (2016) e da Cartilha do Samba Chula (2016). Coordenadora do projeto de pesquis-ação Koringoma – Laboratório das memórias e práticas cênico-poético-musicais das culturas populares, negras e indígenas na América Latina (CEPAIA-UNEB), desde de 2017. Profa. colaboradora do PPGPROM-UFBA (Mestrado Profissional em Música) desde 2008, e do PPGEAFIN – UNEB (Programa de Pós-graduação em Estudos Africanos, Povos africanos e Culturas Negras) desde 2019.

Gláucia Nogueira

Jornalismo e património - São Paulo,Brasil

Gláucia Nogueira, jornalista e antropóloga brasileira e cabo-verdiana, trabalha sobre temas ligados à cultura cabo-verdiana desde o início da década de 1990. Ao longo de cerca de 20 anos, reuniu dados sobre compositores, intérpretes, grupos, produtores, etc. As suas biografias e discografias constam de Cabo Verde & a Música. Dicionário de Personagens, que publicou em 2016. Publicou também: O Tempo de B.Léza. Documentos e Memórias (2005), Notícias que Fazem a História. A música de Cabo Verde pela Imprensa ao longo do Século XX (2007), e Batuku de Cabo Verde. Percurso Histórico-Musical (2015). Em 2021, lança o projeto Cabo Verde & a Música – Museu Virtual (www.caboverdeamusica.online), trabalhando de forma independente.  Gláucia Nogueira é mestre em Património e Desenvolvimento pela Universidade de Cabo Verde (com dissertação sobre o tema do batuku, uma das expressões musicais de Cabo Verde) e doutora em Patrimónios de Influência Portuguesa pela Universidade de Coimbra (com tese sobre as músicas de origem europeia do século XIX em Cabo Verde).

Maria Mazarelo Rodrigues de Lima

pedagogia e direção teatral (Kanteatro
Graduação: licenciatura em Pedagogia pela Universidade de Pernambuco (UPE)
Gestora Pedagógica da Escola Municipal de Tempo Integral Sagrado Coração de Jesus – Olinda , comunidade de Amaro Branco
Idealizadora e coordenadora do projeto Kanteatro 
Formadora educacional, pesquisadora, roteirista e diretora teatral
Membra do Conselho Municipal Étnico Racial da cidade de Olinda